By Gabriela Assi
Este ano aqui na Mongólia fizemos uma viagem muito marcante com a turma do 3º ano de nossa Escola, esta viagem foi para o interior a convite da professora da classe, chamada Enkhbaatar Enkhchimeg carinhosamente conhecida por todos como Eggee. A professora desenvolveu este Projeto de Visitar uma família no interior do país, pois, a grande maioria dos alunos não haviam tido contato ainda com o universo rural, dormido em uma Ger ( habitação típica mongól ), ver de perto animais como cabras, vacas e cavalos. Fomos então para Dundgobi Delgertsogt e lá ficamos por 4
dias e 3 noites.
Nossa
aventura começou por volta das 10 da manhã, partimos da escola com a van e durante o trajeto nos
divertimos com as crianças durante o percurso, cantamos, rimos, dormimos e é claro comemos Khuushur ( ROSHUR - comida típica mongól, parece um pouquinho com o nosso pastel, dê uma olhadinha na postagem: http://missionariosabaixodezero.blogspot.com/2015/04/nos-adaptando-ao-nosso-novo-lar.html , lá falamos sobre algumas coisas da Mongólia inclusive comida típica ).
Quando
chegamos lá foi que percebemos que as Gers estavam localizadas no meio praticamente do nada,
com os rebanhos ao redor e um poço. A família que
nos recebeu ( uma família Xamanista, inclusive em sua Ger tinha um altar com velas acesas ), são pais de uma das alunas da escola, e eles foram muito receptíveis e
amáveis.
Uma das nossas primeiras atividades a fazer foi montar uma Ger, seria lá que ficaríamos hospedados durante todos os dias. Foi a primeira vez que
vimos todo o processo e participamos também.
As crianças
aproveitavam todos os momentos possíveis para brincar, mas também tínhamos
atividades específicas para realizar.
Fizemos uma escala da cozinha, algumas refeições eram da responsabilidade das meninas e outras dos meninos líderados pelo Rodrigo. Tivemos a oportunidade de provar vários pratos típicos e também de cozinhar algumas vezes com o nosso jeitinho brasileiro. A família logo nos presenteu com um pernil de carneiro para usarmos em nossas refeições e tivemos de cozinhar em uma única boca de um fogão ( tipo os fogões de lenha do Brasil ), que também era abastecido para manter a Ger aquecida.
Alguns
momentos estavam bem frios ( estava no fim do inverno ) e por isso aproveitamos para ficar dentro da Ger
jogando alguns jogos mongóis e ensiando as crianças alguns jogos que trouxemos do Brasil, foi muito divertido!
Como a nossa
Ger era pequena e nós estávamos em uma número grande de pessoas, a
família amavelmente nos disponibilizou a Ger deles ( inclusidve suas camas ) e eles se dirigiram para a Ger dos avós que ficava ao lado. Foi muita
gentileza deles, ficamos gratos e quentinhos, todos bem juntinhos, dividindo as
cobertas, os sacos de dormir e tudo mais que era possível.
Um dos dias
fomos a um lugar próximo de onde estávamos para buscar esterco, isto mesmo, você não entendeu errado, o esterco era utilizado para alimentar o
fogão da Ger, ficamos lá por horas e enchemos toda a traseira de uma
caminhonete. Trabalhamos duro, todos participaram, no fim foi muito bom ver a
satisfação estampada no rosto daquela família com a nossa ajuda.
Acredito que
para as crianças um dos momentos mais inesquecíveis foi quando eles puderem
pegar no colo os cabritinhos e brincar com eles, ficaram super felizes, alguns deles
naturais da cidade nunca tinham visto de perto ou tocado antes um animalzinho
como aquele, inclusive foram confeccionadas roupinhas para todos os filhotinhos de cabritos e foram doados a família.
Nao podíamos
sair de lá sem tirar alguma foto montados em uma cavalo, típicos cavalos mongóis ( disse o dono que antes eles foram selvagens ), o Rodrigo até se aventurou a cavalgar um pouco, mas eu fiquei um pouco apreensiva, como todas
as histórias de cavalos selvagens da Mongólia, vai que logo aquele era um
deles.
Ao nos
despedirmos percebemos algo bem interessante, eles jogaram leite para cima nos
desejando uma boa viagem, até aquele momento nunca havíamos presenciado tal
situação. O leite aqui na Mongólia é realmente muito precioso, ele é utilizado em algumas cerimônias e costumes locais.
Ficamos
impressionados ao notar que na verdade precisamos de bem pouco para viver, nós é que muitas vezes complicamos o que na verdade é muito simples. Vimos a
felicidade daquela família em tudo o que eles faziam, talvez pelo simples fato
de estarem juntos.
Graças ao bom DEUS ele nos deu esta oportunidade de estar com nosso alunos durante estes dias orando com eles, cantando músicas cristãs e compartilhando o amor de JESUS, aqui temos que aproveitar cada momento, pois, em nossa Escola não podemos falar de DEUS abertamente, mas, há uma Missão a ser cumprida.
"Anunciem a sua glória entre as nações, seus feitos maravilhosos entre todos os povos!"
Salmos 96:3
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